Karl Mor
A atriz australiana Nicole Kidman (1967) tem o dom de combinar a aura de estrela de cinema com o talento de atriz. Além disso, adora correr riscos. Embora sua carreira tenha começado ainda na década de 1980, ela chama atenção da crítica e surpreende seus fãs em 1995 com “Um sonho distante” (Prime), uma comédia satírica dirigida por Gus Van Sant e escrita por Buck Henry, em que vive Suzanne Stone, uma ambiciosa garota do interior disposta a tudo para alcançar a fama na TV. A ousadia da atuação de Nicole lhe valeu um Globo de Ouro de Melhor Atriz (Comédia ou Musical).
Nicole tem um trabalho em teatro de grande reconhecimento. Em 1998, em Londres, por exemplo, ela integrou o elenco de “The Blue Room”, de David Hare, numa performance que lhe valeu indicação ao prêmio Laurence Olivier.
Um traço distintivo de Nicole Kidman é trabalhar com diretores de prestígio. Dentre eles vale lembrar Jane Campion (“Retrato de uma mulher”, 1996), Stanley Kubric (“De olhos bem fechados”, 1998, Max) e Lars von Trier (“Dogville”, 2004, Mubi).
Em 2001, começa a era de ouro Nicole no cinema. É o ano do musical “Moulin Rouge: amor em vermelho” (Baz Luhrmann) e também do filme de terror psicológico “Os outros” (Alejandro Amenábar). Na sequência de sucesso e prestígio vem o drama “As horas” (Stephen Daldry, 2002, Prime), em que Nicole interpreta a escritora inglesa Virginia Woolf. Pelo filme, a atriz recebeu os prêmios Bafta, Globo de Ouro e Bafta.


O cinema continua a ser o ringue principal de Nicole Kidman. Nele ela não só participa de filmes de grande orçamento como também se engaja em projetos menores, que têm valor especialmente pelos temas que abordam. É o caso de “Boy Erased: Uma verdade anulada” (Joel Edgerton, 2018, Prime), em que um programa de terapia de reversão (conversão à heterossexualidade) é o centro das atenções.

Nicole continua a correr riscos, ao se envolver em filmes com temas polêmicos, como “Babygirl” (Halina Reijn, 2024), em que uma executiva bem casada passa a se relacionar sexualmente com um jovem estagiário. Mais uma ousadia premiada: Nicole foi considerada a melhor atriz do Festival de Veneza.