No longínquo século XX havia uma famosa marca de cosméticos que fazia anúncios estampando imagens de cidades como Paris, Londres, Roma e Nova York: a Helena Rubinstein. Passou então a ser uma brincadeira dizer que quem se hospedava ou morava nessas metrópoles fazia o Circuito Rubinstein. Aqui usa-se essa ideia para abordar filmes que capricham no visual de cartão postal ao retratar esses destinos internacionais. A primeira parada é Londres.
“Um lugar chamado Notting Hill” (1999/Prime), dirigido por Roger Michell, é a primeira escolha obrigatória. O filme é um veículo para a estrela Julia Roberts. A personagem de Julia é Anna Scott, coincidentemente a atriz mais famosa de Hollywood naquele momento, que conhece o malsucedido livreiro William Thacker (Hugh Grant) na loja dele em Notting Hill, charmoso distrito na zona oeste de Londres. Para além da lógica, Anna e William se apaixonam, com direito a glamourosos passeios por Portobello Road, mostrada como um lugar idílico.
Dirigido pelo renomado Stephen Frears, o filme “A Rainha” (2006), com Helen Mirren, vencedora do Oscar de Melhor Atriz, gira em torno do Palácio de Buckingham, um dos principais pontos turísticos de Londres. Helen é a Rainha Elizabeth II às voltas com a catástrofe da morte de Diana, Princesa de Gales, em 1997. A Rainha hesita entre manter o protocolo ou atender aos apelos apaixonados da multidão que se aglomera nas imediações dos portões do Palácio, que funciona como um verdadeiro personagem do filme em função de sua recorrente presença nele. Trata-se aí de um cartão postal numa situação de crise.
Adaptação de uma famosa graphic novel de Alan Moore e David Lloyd, o filme “V de Vingança” (2006/Prime) oferece um souvenir distópico de Londres. A obra do cineasta James McTeigue mostra uma Inglaterra submetida a um regime fascista e tirânico num futuro distante. Enquanto rebeldes lutam para que haja um retorno à paz e ao bem-estar, Londres, como pano de fundo do embate, permanece majestosa em sua arquitetura. Lá está o Big Ben, o grande sino do relógio da torre neogótica localizada na parte noroeste do Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico. Além dele, exibe-se a Abadia de Westminster, uma igreja anglicana, em estilo gótico, que é, desde 1066, local de coroações e casamentos reais. Ou seja, nem os facínoras do futuro ousaram destruir um conjunto arquitetônico tão espetacular.
Londres é uma das cidades mais visitadas do mundo. Talvez milhares de filmes tenham tido a cidade como cenário. Quem vai a Londres tem mesmo a impressão de chegar à capital de um império. Como dizem os poetas, quem se cansa de Londres está cansado da vida.