Karl Mor
Talvez alguém tenha considerado uma surpresa a premiação de Jonathan Bailey neste ano como Melhor Ator Coadjuvante no Critics Choice Awards (Minissérie ou telefilme) por “Companheiros de viagem” (Paramount+). Mas ele não é um principiante. Bailey é um ator britânico com vasta experiência no teatro e na televisão.
Nascido em 1988 em Oxfordshire, Inglaterra, Jonathan Bailey começou no teatro ainda criança na Royal Shakespeare Company. Aos oito anos, fazia parte do elenco de “Les Misérables” no West End, a Broadway londrina. O trabalho no teatro jamais foi deixado de lado. Em 2019, por um papel em “Company”, de Stephen Sondheim, recebeu o Laurence Olivier Award de Melhor Coadjuvante em Musical. A peça mais recente de Bailey foi “Cock”, de Mark Bartlett, em 2022.
Na televisão, Bailey teve destaque, por exemplo, na série “Crashing” (Netflix), de 2016, criada e escrita por Phoebe Waller-Bridge, em que interpretou um personagem obcecado por sexo. O reconhecimento internacional, porém, só veio com “Bridgerton” (Netflix), adaptação dos romances de Julia Quinn, em que o ator dá vida ao galante Visconde de Bridgerton. Na segunda temporada da série, que teve uma recepção extraordinária por parte do público, ele foi o centro das atenções, numa trama de extrema sensualidade.
“Companheiros de viagem” mudou tudo. Uma minissérie estadunidense, criada por Ron Nyswaner, que teve a ousadia de mostrar uma complexa relação amorosa entre dois homens (Bailey e Matt Bomer) ao longo de décadas.
Bailey está vivendo seu momentum. Mas a fama tem às vezes um lado brutal. No ano passado, em Washington (D.C.), ele participou de um evento organizado pela Human Rights Campaign (HRC). Mais tarde, em uma cafeteria, um homem provavelmente homofóbico tomou da cabeça de Bailey um boné da HRC. Quando o ator recuperou o boné, o agressor ameaçou atirar nele e só saiu do local porque uma cliente começou a filmá-lo com seu celular. Não surpreende que em seu discurso de agradecimento no Critics Choice Jonathan Bailey tenha feito questão de expressar solidariedade à comunidade LGBT.