Karl Mor
Aos 53 anos, a atriz Octavia Spencer chegou lá, mas não foi nada fácil. Nascida em Montgomery, Alabama, nos EUA, ela tem formação universitária em Inglês, Jornalismo e Teatro. Sua estreia no cinema foi em “Tempo de matar” (1996), filme dirigido por Joel Schumacher e baseado no livro de John Grisham, em que ela quase não foi notada. A partir daí passou cerca de 15 anos atuando em papéis pouco expressivos na indústria cinematográfica. Em 2003, teve uma oportunidade no teatro, mas fez uma única peça, já que, como a própria atriz explicou mais tarde, tem intenso “stage fright” (medo do palco).
Seu amigo Tate Taylor, roteirista, produtor e diretor, foi praticamente quem lhe proporcionou uma carreira no cinema. Em 1997, ele lhe deu o conselho de que se mudasse para Los Angeles. E, em 2011, Taylor fez dela uma estrela com o filme “Histórias cruzadas”, baseado no livro de Kathryn Stockett e ambientado no sul dos EUA na década de 1960. Octavia interpretou a empregada doméstica Minny Jackson, uma mulher de forte personalidade que mal era tolerada por seus patrões. Octavia deu humor e magnetismo a Minny. E foi muito bem recompensada. Pelo papel, em 2012, ganhou o Oscar, o Globo de Ouro e o Bafta de Melhor Atriz Coadjuvante. Uma vitória já em sua primeira indicação ao prêmio da Academia.
Daí em diante, um sucesso depois do outro: “Estrelas além do tempo” (2016), “A forma da água” (2017), “Ma” (2019) e “Esquadrão Trovão” (2021). Ela tem se dedicado também à televisão. Aí seu grande triunfo tem sido, desde 2019, a série “Verdade seja dita” (Apple TV), criada e escrita por Nichelle D. Tramble. Nela, Octavia vive, de forma extremamente plácida, Poppy Scoville-Parnell, uma jornalista policial complexa e muitas vezes contraditória que persegue furiosamente a verdade. Se já foi possível discutir a pertinência da escalação de Octavia Spencer para esse papel, agora, após três temporadas, ela está consagrada. Octavia não teme nenhum desafio.