Karl Mor
Ao fim de toda produção audiovisual de Dick Wolf surge a vinheta da Wolf Entertainment (wolfentertainment.com) com um lobo (“wolf”) uivando para a lua. É a maneira lúdica de apresentar a empresa do produtor executivo e roteirista estadunidense Richard Anthony Wolf. “Queremos histórias com o poder não apenas de entreter, mas também o de contribuir para a experiência cultural e provocar um debate importante, mesmo que difícil. Investigamos o bem, o mal e as forças intermediárias que existem dentro de todos nós.” Assim a Wolf Entertainment revela sua missão. E o resultado é impressionante: 31 séries televisivas, 2200 episódios, 94 indicações ao prêmio Emmy.
A estrutura dos episódios de Wolf é quase sempre a mesma. Tudo começa com uma cena de rua em Nova York ou Chicago em que está tudo em ordem. As pessoas circulam normalmente como em qualquer outro dia. Eis que então surge uma perturbação. Entram em seguida os créditos da série e são convocados policiais, procuradores, juízes, bombeiros, médicos etc. Eles vão trabalhar para fazer com que as coisas voltem ao normal. Ou pelo menos explicarão o que deu errado.
Tudo isso começou em 1990 com a estreia de “Lei e ordem” (Universal). O estilo da série, como as das seguintes, é realista com grande valorização do trabalho dos atores. Em “Lei e ordem”, metade do episódio é dedicado ao trabalho dos investigadores, e a outra metade à justiça. Posteriormente, surgiram outros modelos no universo de Dick Wolf, em que essa divisão mais rígida do episódio em duas partes iguais deixou de ser empregada. Mas permanece a busca da superação do caos a partir de uma situação particular.
A fórmula, que vem sendo desenvolvida ao longo de 34 anos, talvez tenha encontrado na série “FBI” (Universal) o seu ápice. As temporadas chegam a ter mais de vinte episódios de quase uma hora. E há tempo para compreender as complexidades de cada situação e de cada personagem. Bem como a Wolf Entertainment se propõe a fazer. E para os fãs, uma ótima notícia: neste ano de 2024 mais uma temporada de FBI, a sexta, e que não seja a última.