Talvez Demi Moore não ganhe o Oscar de Melhor Atriz de 2025. Isso aliás é bem provável. No entanto ela merece ganhar o prêmio mais famoso da indústria cinematográfica. E isso, aqui pelo menos, é fato. Toda essa comoção gira em torno de sua atuação no filme “A substância” (2024/Mubi), da realizadora francesa Coralie Fargeat.
Trata-se de um filme de terror. Essa categoria não costuma ser valorizada pela Academia. Além disso, a película causa horror reafirmando o imperativo, em modo superlativo, de ser sempre jovem e bonito. Algo que parece ainda mais cruel para pessoas do gênero feminino.
A estadunidense Demi Moore nasceu em 11 de novembro de 1962 em Roswell, Novo México. Importa aqui mencionar sua idade e sua origem. Foi com muito esforço e a partir de uma família disfuncional que Demi chegou ao cinema. Nada a ver com uma “nepo baby” como Gwyneth Paltrow. Fez telenovela, filmes menores, até se estabilizar na indústria do entretenimento aos 23 anos com a película “O primeiro ano do resto de nossas vidas”.
O grande sucesso comercial veio em 1990 com “Ghost – Do outro lado da vida”. Daí em diante Demi Moore passou a receber um dos melhores salários de Hollywood. A coisa continuou indo muito bem para ela até o final do século passado. Recentemente, para além de uma breve participação em “As panteras 2003”, em que de destacou apenas por sua forma física impecável, o êxito parecia ter abandonado Demi.
Tudo está mudando com “A substância”. Para quem foi indicada nove vezes ao Framboesa de Ouro de pior atriz, vem sendo uma verdadeira redenção o tratamento dado pela crítica especializada ao seu trabalho mais recente. Forma-se agora uma torcida em torno de Demi. E vários críticos apontam que somente a cena em que ela se maquia no banheiro em frente a um imenso espelho já vale o Oscar tamanha a transformação testemunhada pelos espectadores. O tempo dirá se os novos admiradores de Demi Moore terão força suficiente para levá-la aos principais prêmios. A Academia pelo menos adora antigos astros que renascem das cinzas. Mas, como diriam os otimistas, ganhando ou não, ela é vitoriosa. O mérito afinal é todo dela.