Karl Mor
A atriz estadunidense Julianne Moore (North Carolina, 3 de dezembro de 1960) é responsável por alguns dos desempenhos mais comoventes e sofisticados de Hollywood. Sua inteligência brilha, e ela consegue transformar qualquer papel em algo muito interessante.
Veja-se o exemplo de “Para sempre Alice” (Max), dirigido em 2014 por Richard Glatzer e Wash Westmoreland, em que Julianne interpreta com paixão e sutileza uma professora que aos 50 anos de idade é diagnosticada com a doença de Alzheimer. Por esse trabalho, ela recebeu o Oscar de Melhor Atriz, o prêmio BAFTA e o Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática.
Além disso, Julianne Moore foi premiada nos festivais de Berlim (2003, por “As horas”), Cannes (2014, por “Mapas para as estrelas”) e Veneza (2002, por “Longe do paraíso”).
Suas primeiras indicações importantes foram por “Fim de caso” (Max), dirigido em 1999 por Neil Jordan a partir do romance de Graham Greene publicado em 1951. Nele, Julianne se lança ao abismo numa história de amor e obsessão.
A carreira cinematográfica de Julianne Moore está marcada por parcerias com dois brilhantes realizadores: Paul Thomas Anderson, com quem fez “Prazer sem limites” em 1997 (Max) e “Magnolia” em 1999 (Max); e sobretudo Todd Haynes.
Dirigida por Haynes, Julianne foi Cathy Whittaker em “Longe do paraíso” (Filmicca), uma dona de casa exemplar da década de 1950 cuja vida aparentemente paradisíaca entra em crise quando ela se dá conta da homossexualidade do marido. O filme evoca o cinema melodramático de Douglas Sirk (1897-1987), com seus romances afetados e exagerados. Até hoje essa é considerada por muitos a melhor atuação de Julianne Moore.
Também com Todd Haynes, Julianne fez “Segredos de um escândalo” em 2023 (Prime), mais uma acidentada história de uma esposa que sofre por conta de uma transgressão no passado enquanto é observada por uma atriz (Natalie Portman) que pretende interpretá-la em um filme. Longe do que o título em português sugere, o trabalho de Julianne Moore nesse filme é extremamente delicado e cheio de nuances, não fosse ela a sublime atriz que é.